sexta-feira, 29 de abril de 2011

Estudo aponta sugestões para políticas de Educação

Levantamento mostra impacto do aprendizado no desenvolvimento e a importância da valorização do professor na qualidade do ensino.
 
As políticas para a educação precisam ser unificadas, mas, ao mesmo tempo, flexíveis. Quem pensa assim é o pesquisador e subsecretário de Ações Estratégicas da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros. Segundo ele, é necessário haver modelos comuns em todo o sistema educacional e ressalta a importância dessas fórmulas serem adaptadas a realidades regionais.

“Você pode fazer um leque de coisas, e cada um [gestor] escolhe dentro daquele leque a combinação que ele quer mais”, disse ao apresentar um levantamento organizado por ele com apoio do Instituto Ayrton Senna e do Movimento Todos Pela Educação. O estudo, elaborado a partir de 165 estudos nacionais e internacionais, analisa o impacto das políticas educacionais no aprendizado dos alunos. O material foi reunido em um site que servirá de base de consulta para pais, professores e gestores escolares.

A partir do trabalho, Barros concluiu que não é possível sintetizar uma fórmula de sucesso para potencializar ao máximo o aprendizado dos estudantes, apesar do assunto ter sido exaustivamente estudado em todo o mundo. “[O aprendizado] tem um impacto enorme sobre desenvolvimento econômico, todo mundo quer saber como melhora o desempenho em matemática e ciências, todos os países do mundo, e você não consegue descobrir isso”.

De acordo com ele, existem, entretanto, questões pontuais que demonstraram ter efeito direto sobre o aproveitamento nas salas de aula. Essas medidas, Barros defende que sejam padronizadas e difundidas por meio de amplas políticas educacionais, sem abrir mão das adaptações locais. “É importante essa padronização dos componentes sem padronizar a seleção dos componentes”, afirmou.

Entre os destaques do estudo, está a constatação de que um aluno que tenha aulas com um professor, que está entre os 20% melhores da rede de ensino, pode aprender em um ano 68% mais do que outro que estude com um docente que faça parte dos 20% piores. Além disso, o aproveitamento também é influenciado pelo tamanho da turma. Em média, uma redução de 30% no no número de  alunos em uma mesma sala leva a um aumento de 44% daquilo que o estudantes aprendem.

A remuneração do profissional também tem peso nessa equação. Redes de ensino em que os salários são mais altos atraem para as salas de aula os melhores candidatos interessados em exercer aquela ocupação. Mas, segundo os estudos analisados, aumentos salariais ao longo da carreira que não estejam vinculados ao desempenho do professor têm pouco impacto no aprendizado. “A existência de algum componente variável na remuneração dos professores, como bônus atrelado ao desempenho, pode aumentar o nível de esforço e dedicação deles. Em ambos os casos, o resultado é uma melhora no desempenho dos alunos em exames de proficiência”.

Por Agência Brasil.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

CRISTO RESSUSCITOU. ALELUIA!

Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão.
A grande novidade para nossos dias é esta: Cristo ressuscitou! Esta ressurreição não deve ser apenas um evento histórico, mas deve ser um marco em nossas vidas. A ressurreição de Jesus é para o cristão um ponto de partida ou até mesmo um recomeço para aqueles que buscam 'bens' maiores que os temporais. É um sinal que não podemos nos ater apenas nas coisas etéreas, mas nas eternas. 
A ressurreição de Cristo nos mostra como deve ser a nossa. Graças a Cristo temos a possibilidade de ressuscitar diariamente, superando Nele a nossas mazelas e limitações. Busquemos com afinco esta ressurreição, para que nos tornemos pessoas 'ressuscitadas' em Cristo Jesus. Feliz Páscoa!
Marcos, O Pensador


sexta-feira, 22 de abril de 2011

O DUELO ENTRE A VIDA E A MORTE

Num dos mais belos hinos da liturgia cristã da Páscoa, que nos vem do século XIII, se canta que “a vida e a morte travaram um duelo; o Senhor da vida foi morto mas eis que agora reina vivo”. É o sentido cristão da Páscoa: a inversão dos termos do embate. O que parecia derrota era, na verdade, uma estratégia para vencer o vencedor, quer dizer a morte. Por isso, a grama não cresceu sobre a sepultura de Jesus. Ressuscitado, garantiu a supremacia da vida. 

A mensagem vem do campo religioso que se inscreve no humano mais profundo, mas seu significado não se restringe a ele. Ganha uma relevância universal, especialmente, nos dias atuais, em que se trava física e realmente um duelo entre a vida e a morte. Essse duelo se realiza em todas as frentes e tem como campo de batalha o planeta inteiro, envolvendo toda a comunidade de vida e toda a humanidade. 

Isso ocorre porque, tardiamente, nos estamos dando conta de que o estilo de vida que escolhemos nos últimos séculos, implica uma verdadeira guerra total contra a Terra. No afã de buscar riqueza, aumentar o consumo indiscriminado (63% do PIB norte-americano é constituido pelo consumo que se transformou numa real cultura consumista) estão sendo pilhados todos os recursos e serviços possíveis da Mãe Terra. 

Nos últimos tempos, cresceu a consciência coletiva de que se está travando um verdadeiro duelo entre os mecanismo naturais da vida  e os mecanismos artificiais de morte deslanchados por nosso sistema de habitar, produzir, consumir e tratar os dejetos. As primeiras vítimas desta guerra total são os próprios seres humanos. Grande parte vive com insuficiência de meios de vida, favelizada e superexplorada em sua força de trabalho. O que de sofrimento, frustração e humilhação ai se esconde é inenarrável. Vivemos tempos de nova barbárie, denunciada por vários pensadores mundiais, como recentemente por Tsvetan Todorov em seu livro O medo dos bárbaros (2008).Estas realidades que realmente contam porque nos fazem humanos ou cruéis, não entram nos cáculos dos lucros de nenhuma empresa e não são considerados pelo PIB dos paises, à exceção do Butão que estabeleceu o Indice de Felicidade Interna de seu povo. As outras vítimas são todos os ecossstemas, a biodiversidade e o planeta Terra como um todo.

Recentemente, o prêmio Nobel em economia, Paul Krugmann, revelava que 400 famílias norte-americanas detinham sozinhas mais renda que 46% da população trabalhadora estadounidense. Esta riqueza não cái do céu. É feita através de estratégias de acumulação que incluem trapaças, superespeculação financeira e roubo puro e simples do fruto do trabalho de milhões. 

Para o  sistema vigente e devemos dizê-lo com todas as letras, a acumulação ilimitada de ganhos é tida como inteligência, a rapinagem de recursos públicos e naturais como destreza, a fraude como habilidade, a corrupção como sagacidade e a exploração desenfreada como sabedoria gerencial. É o triunfo da morte. Será que nesse duelo ela levará a melhor?

O que podemos dizer com toda a certeza que nessa guerra não temos nenhuma chance de ganhar da Terra. Ela existiu sem nós e pode continuar sem nós. Nós sim precisamos dela. O sistema dentro do qual vivemos é de uma espantosa irracionalidade, própria de seres realmente dementes.
Analistas da pegada ecológica global da Terra, devido à conjunção das muitas crises existentes, nos advertem que poderemos conhecer, para tempos não muito distantes, tragédias ecológico-humanitárias de extrema gravidade.

É neste contexto sombrio que cabe atualizar e escutar a mensagem da Páscoa. Possivelmente não escaparemos de uma dolorosa sexta-feira santa. Mas depois virá a ressurreição. A Terra e a Humanidade ainda viverão.

Leonardo Boff
Teólogo/Filósofo

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cristianismo e cruz


Dom Aldo Pagotto
Arcebispo Metropolitano da Paraíba - PB
O centro da mensagem e da obra de salvação de Jesus é o amor ao Pai doando sua vida pela humanidade em humilde serviço aos semelhantes. Jesus anuncia o reino de Deus amando as pessoas, independentemente de suas condições particulares. O Pai ama a todos, sem discriminações. O anúncio do reino é um convite à construção da paz, cujo alicerce é um misto de amor e verdade. O amor e a verdade vêm do Pai e penetram o nosso coração. Nossa resposta depende do grau de compreensão desse amor.
A mensagem e a obra de Jesus são propostas de superação do egoísmo, do espírito de exploração e dominação sobre os outros. O amor passa pela superação da mentira que me divide interiormente, no mais íntimo de mim mesmo. O amor passa pela superação dos meus disfarces, máscaras e subterfúgios, enfim, da mentira que tento impor aos outros.
Para que o amor renasça, o cristão passa por uma crucifixão do próprio egoísmo. Não há Cristo sem sua cruz. Cristão não se nasce, mas se gera num processo permanente. O caminho da cruz supera nossos instintos egoístas, primitivos. Pela cruz exercitamos a liberdade de amar, ser amado, construindo a vida em base à solidariedade fraterna. As provações nos exercitam no desapego de nós mesmos.
A busca construtiva do reino de justiça e paz não dispensa o enfrentamento das cruzes. Nossa natureza relutará sempre com as exigências dos próprios instintos que, entretanto, não são reprimidos, mas canalizados para suas verdadeiras finalidades. Natureza reprimida não perdoa, mas se vinga. Natureza educada gratifica. Esse aprendizado é lento, repleto de provações. A formação é permanente, feita de purificação e iluminação.
Deus é amor. Com amor o Pai educa seus filhos e filhas provando-os. É uma lei misteriosa, inexorável, colocada na ordem da natureza. Essa lei de purificação e iluminação percorre um caminho feito de altos e baixos, com labirintos de contradições que jamais caberiam na lógica da razão. Se o grão de trigo não morrer ficará só. Se morrer produzirá muito fruto.
Ama e compreenderás! Deixa o Pai te amar, te purificar, te iluminar e compreenderás. Eis o sentido da Semana Santa e Páscoa, que a cada ano perdem seu significado de fé e tendem mais ao folclore do que vivência. Muitos cristãos, talvez a maioria, apenas foram batizados, porém, não acompanhados na fé e nas obras da fé.
A Igreja deve encarar o fenômeno da perda significativa de seus fiéis, cujas famílias, tradicionalmente católicas, contam com novas gerações com ideias caricaturais do Cristianismo. Que o mistério central da fé, a cruz e a ressurreição, como estrutura fundamental da vida cristã, possa ser testemunhado como graça transformadora que o Pai opera em nosso caminho de aprendizado.

terça-feira, 19 de abril de 2011

VIA SACRA

Aproveitando a Semana Santa, que é um tempo maior de oração, penitência, reflexão, dentre outras boas ações, posto neste Blog  esta Via Sacra para que nos ajude nesta reflexão.


I Estação - Jesus é condenado à morte.
I Estação

Pilatos mandou vir água e lavou as mãos diante da multidão: "Estou inocente do sangue deste homem". A responsabilidade agora é do povo". Depois de mandar açoitar Jesus, entregou-o para ser crucificado."


II Estação - Jesus carrega a sua cruz.
II Estação

Jesus recebe sobre seus ombros a cruz e se dirige ao Calvário ou Gólgotha ('lugar do crânio' em hebraico). A Cruz é um antigo instrumento de suplício, usado para executar os condenados à morte.


III Estação - Jesus cai pela primeira vez.
III Estação

Jesus caminha cansado e abatido sob o peso da cruz. Seu corpo está coberto de sangue, suas forças esmorecem e ele cai. Com chicotes, os soldados que o escoltavam o forçam a se levantar.


IV Estação - Jesus encontra Maria, sua mãe.
IV Estação

Mãe e filho se abraçam em meio à dor. Eles tudo partilharam até a cruz. Sua união era tão intimamente perfeita, que não tinham necessidade de falar, porque a única expressão residia nos seus corações.


V Estação - Jesus recebe ajuda de Simão para carregar a cruz.
V Estação

Na verdade, Simão de Cireneu foi obrigado a carregar a cruz. Ele vinha passando, quando recebeu dos soldados a ordem de ajudar, Jesus tinha que permanecer vivo até a crucifixão.


VI Estação -  Verônica enxuga a face de Jesus.
VI Estação

Uma mulher que assistia à passagem de Jesus decide limpar a sua face tingida de sangue. O pano usado por Verônica teria ficado gravado com a imagem do rosto de Cristo.


VII Estação - Jesus cai pela segunda vez.
VII Estação

Jesus sabia que iria enfrentar um cruel sofrimento. Seu espírito estava preparado, mas seu corpo estava cansado e abatido. Ele caminhava com dificuldade e mais uma vez tropeçou e caiu.


VIII Estação - Jesus fala às mulheres de Jerusalém.
VIII Estação

Já próximo do Monte Calvário, Jesus esquece sua dor para abrir o coração e consolar as mulheres que, chorando, lamentavam o seu sofrimento.


IX Estação - Jesus cai pela terceira vez.
IX Estação

Aproxima-se o fim da Via Crucis, com a última queda de Jesus, a terceira de três quedas. Jesus chega ao Calvário. Quiseram dar-lhe vinho misturado com fel, mas ele não quis beber.


X Estação - Jesus é despojado de suas vestes.
X Estação

Os soldados tomaram as roupas e as sortearam entre eles, cumprindo assim, as profecias antigas que descreviam esse episódio.


XI Estação - Jesus é pregado na cruz.
XI Estação

Jesus é crucificado. Cravos de ferro rasgam sua carne, dilacerando suas mãos e pés. A cruz é erguida, e o Cristo fica suspenso entre o céu e a terra. Agora, ele está definitivamente pregado à cruz.


XII Estação - Jesus morre na Cruz.
XII Estação

Com o Sol eclipsado, Jesus gritou do alto da cruz: 'Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito. Agora, estou contigo'. Baixou a cabeça e morreu.


XIII Estação - Jesus é retirado da Cruz.

XIII Estação

Depois de pedir autorização a Pilatos, José de Arimatéia e Nicodemos compraram um lençol de linho branco e tiras de pano, e retiraram o corpo de Jesus da cruz. Maria, sua mãe, o recebeu em seus braços.


XIV Estação - Jesus é sepultado.
XIV Estação

José de Arimatéia, Nicodemos e alguns apóstolos tomaram o corpo de Jesus, envolveram-no com um lençol de linho e o deitaram numa saliência na rocha em forma de cama. Então fecharam a entrada com uma grande pedra.


XV Estação - A Ressurreição.

XV Estação

No domingo, as mulheres que foram ao túmulo o encontraram vazio. Viram dois homens com vestes claras e brilhantes que lhes perguntaram: "Por que procuram entre os mortos, quem está vivo? Ele não está aqui, mas ressuscitou".

Fonte: http://www.viasacraplanaltinadf.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10&Itemid=12



segunda-feira, 18 de abril de 2011

“Se só buscas a Cristo em Sua glória, então não és digno de Sua cruz”

A belíssima frase que entitula este artigo é atribuída a São Padre Pio de Pietrelcina, o santo capuchinho que durante 50 anos viveu estigmatizado elevando a todos com seus conselhos e milagres, especialmente através do Sacramento da Confissão. Ninguém mais abalizado que ele para afirmar algo tão verdadeiro e tão moderno.
Sabemos como o Senhor esvaziou-se de sua divindade e fez-se pequeno, fez-se homem, fez-se pobre de todos os bens do céu para tornar-nos ricos de sua riqueza, como diz Paulo em Coríntios. Sabemos, também, quantos milagres ele realizou, quantos mortos ressuscitou, quantas vezes a natureza terrestre e angélica se prostrou, em obediência, a seus pés através do mar, dos ventos, das curas, dos exorcismos.
Naturalmente, todos desejamos seguir Jesus, ser como ele, viver a vida dele, com os seus pensamentos, seus sentimentos, seu amor ao Pai e aos homens. Esse desejo santo, contudo, tende a estar mais atento aos milagres e prodígios do que à paixão e à cruz. Queremos, certamente, ser como Jesus é: o Deus das maravilhas, o Filho do homem enquanto amado e seguido por muitos que, em seu tempo, iam atrás dele fosse onde fosse... exceto à cruz.
Mesmo seus discípulos mais fiéis, aqueles a quem escolhera e chamara pelo nome, com eleição eterna e eterno afeto, mesmo esses o abandonaram na cruz, com exceção de João. É que muitos naquela época, como muitos hoje, buscam o Senhor pelo que ele lhes pode dar e não pelo que eles podem “dar” ao Senhor. Buscam o Senhor em sua glória, mas fogem em sua cruz.
Para entendermos bem esse mistério de troca de amor, é preciso saber que o Senhor assumiu nossa humanidade e jamais irá separar-se dela. Jesus, para sempre e sempre, é Deus e homem. É também, cabeça da Igreja, isso é, nossa cabeça, aquele a quem seguimos. Isso, somado ao milagre cotidiano da Eucaristia, significa que o Senhor que se fez carne, partilha conosco toda nossa vida: sofrimentos e alegrias, dores e felicidade.
A partilha entre os que se amam jamais é unilateral. É exatamente porque Jesus nos ama que partilha conosco sua glória: as curas, os milagres, as ressurreições no corpo e na alma, na Igreja, na sociedade, na natureza. A maior e mais nobre das partilhas, porém, a partilha de sua paixão e cruz é o fundamento mesmo de seu amor por nós e do nosso por ele.
Ao encarnar-se, assumiu para si nossa maior podridão, nossa mais poderosa fonte de sofrimento e causa de nossa morte: o pecado. Sem jamais ter pecado, tomou sobre si, em sua paixão e cruz, todo o sofrimento e morte que o pecado havia feito entrar no mundo. O resultado foi sua morte na cruz e sua ressurreição.
Nós, como corpo de Cristo, somos chamados a amá-lo e ser corpo de seu corpo, alma de sua alma, esposa, Igreja. O amor consiste em estar presente tanto na gloria quanto na dor. É verdade que nossos atos de amor a Cristo não acrescentam nada à sua cruz. Entretanto, acrescentam – e muito – à nossa salvação e à do mundo. É nesse sentido que São Paulo diz: “Suporto em minha carne o sofrimento que faltou à cruz de Cristo”.
Em nossa vida, não precisamos buscar sofrimentos, não é verdade? Eles simplesmente nos alcançam de todas as formas, como consequência do pecado que marcou toda a criação. A grande boa nova é que podemos, pela cruz de Cristo, nos libertar desse sofrimento exatamente como ele mesmo se libertou: escolhendo livremente sofrer a dor que se nos apresenta não mais sozinhos, mas com ele e com o Pai e tomando, com ele, nossa cruz. Mas atenção: o sofrimento só se transforma em cruz em três condições: primeira, que transformemos a dor que nos atinge em dor livremente escolhida e acolhida por nós por amor a Cristo e à humanidade; segunda: que o unamos à cruz de Cristo, que vence o pecado, a dor e a morte; terceira, que o transformemos em ato de amor a ele e aos homens que ainda não o conhecem, isto é, que o amam e obedecem.
O mais lindo nessa história toda é que, ao buscarmos Cristo não somente em sua glória, mas também em sua cruz, seremos dignos dela e dele. Ou seja, viveremos uma vida de entrega de amor a Cristo por amor ao homem. O belo, porém, é que ao abraçar a cruz de Cristo através de nossos sofrimentos de cada dia, do menorzinho ao maior de todos, estaremos caminhando ... para a sua glória.
Isso mesmo! O caminho para a glória de Cristo e do céu é a cruz. É unir-se a ele através do amor, abraçando por amor o sofrimento que ele abraçou em sua paixão. Não há outro caminho para a glória. E não há glória autêntica que não seja a de Cristo. É por isso que, com razão, o santo diz: se só busca a Cristo em sua glória, então, não és digno de sua cruz. O contrário também é verdadeiro: se buscas a Cristo em sua cruz, serás digno de sua glória.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

CNBB acolhe lançamento do relatório Conflitos no Campo no Brasil em 2010


Na próxima terça-feira, 19, a sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai acolher o lançamento da publicação anual “Conflitos no Campo no Brasil 2010”, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Esta será a 26ª edição do relatório que concentra dados sobre os conflitos, violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais e suas comunidades e pelos povos tradicionais, em todo o país.
O relatório elenca também algumas ações dos homens e mulheres do campo na busca e defesa de seus direitos. Estarão presentes ao lançamento, o presidente da CPT, dom Ladislau Biernaski; o conselheiro permanente da CPT, dom Tomás Balduino; o coordenador nacional da CPT, padre Dirceu Fumagalli; o secretário da coordenação nacional da CPT, Antônio Canuto e o professor titular da Universidade de São Paulo (USP), Ariovaldo Umbelino de Oliveira.
Na mesma data, a CPT entregará o relatório à ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes e protocolará o mesmo nos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), Justiça, Meio Ambiente e Minas e Energia, e na Secretaria Geral da Presidência da República.
Conflitos no Campo no Brasil 2010
O relatório registra 34 trabalhadores rurais assassinados em conflitos no campo no ano de 2010. Um número 30% maior que no ano anterior, quando foram assassinados 26 trabalhadores. O aumento da violência no campo assusta e vitima, também, comunidades tradicionais. O relatório mostra, também, o aumento dos conflitos pela água, os dados de trabalho escravo e sua expansão em estados considerados “desenvolvidos”, além de ações de resistência dos movimentos e organizações sociais e das ações dos poderes público e privado contra a luta do povo pobre do campo, que busca se firmar e trabalhar em sua terra.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

ESPIRITUALIDADE

Hoje amanheci um pouco mais "espiritual". Para ser sincero, acordei foi com "saudades de Deus". Pela manhã, na minha Lectio Divina, meditei sobre o capítulo 4 de Tiago. Então gostaria de partilhar com vocês o texto e uma pequena parte da minha "hermenêutica".

Tiago - capítulo 4 
1 DONDE vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
2 Cobiçais, e nada tendes: sois invejosos e cobiçosos, e não podeis alcançar: combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
3 Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O espírito que em nós habita tem ciúmes?
6 Antes dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes.
7 Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.
9 Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai: converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza.
10 Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.
11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei já não és observador da lei, mas juiz.
12 Há só um legislador e um juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?
13 Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos;
14 Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.
15 Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.
16 Mas agora vos gloriais em vossas presunções: toda a glória tal como esta é maligna.
17 Aquele pois que sabe fazer o bem e o não faz, comete pecado.

Este texto pode ser dividido em 2 partes.
  1. Do versículo 1 ao 12, o Apóstolo nos fala da resistência às paixões e de como devemos nos humilhar diante do Senhor, para assim, podermos ser exaltados;
  2. Dos versículos 13 a 17, Tiago nos mostra como nossos projetos são falíveis se não os colocarmos nas mão e nas providências de Deus, Ele a quem tudo pertence.
O autor do texto nos mostra como devemos "nos comportar" diante de Deus, e de como devemos dirigir os nossos sentimentos não nos deixando envolver por aquilo que chamamos de paixões mundanas.
Sabemos como é difícil nos deixarmos modelar por Deus, mas esse é o caminho, temos que passar pela porta estreita, que Jesus nos fala em Lucas 13, 24.


Marcos, O Pensador 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vaticano promove encontro com blogueiros

O Vaticano vai promover, no próximo dia 2 de Maio, um encontro com blogueiros, a fim de favorecer um diálogo com representantes da Igreja, partilhar experiências e compreender melhor as exigências deste público.
O encontro, que está a ser organizado pelo Pontifício Conselho da Cultura e pelo Pontifício Conselho para as Comunicações, acontecerá um dia depois da cerimónia de beatificação do papa João Paulo II, em Roma.
Estão programadas duas sessões, sendo que, na primeira, cinco blogueiros abordarão temas específicos, mas de importância geral.
Na segunda, haverá o depoimento de pessoas envolvidas nas estratégias comunicacionais da Igreja, que apresentarão as suas experiências com os novos meios de comunicação e as iniciativas que estão a ser tomadas para inserir a Igreja nestes dispositivos.
Entre os participantes, destacam-se o presidente do Pontifício Conselho da Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, monsenhor Cláudio Maria Celli, e o director da imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi. 
O objectivo do encontro é oferecer novas oportunidades de contacto, trocas informais entre os participantes e caminhos de interacção. 
O convite será aberto a todos, mas para participar é preciso enviar um Email para blogmeet@pccs.it e indicar o link do próprio blog. Há 150 vagas.

Marcos, O  Pensador

terça-feira, 12 de abril de 2011

Emoção e preconceito

Por Carlos Brickmann em 12/4/2011

É difícil cobrir uma tragédia como a do Rio: há a emoção, a competição, as informações desencontradas, as autoridades loucas por um holofote falando aquilo que lhes vem primeiro à cabeça para garantir seu espaço nas notícias. Nesse clima tenso, envenenado, muita bobagem acaba achando seu espaço.
Preconceito, por exemplo. No noticiário do primeiro dia, já se destilou preconceito contra ateus, contra quem não partilha os valores cristãos, homossexuais, soropositivos, nerds, muçulmanos fundamentalistas, pastores evangélicos que teriam influenciado o assassino com seu fundamentalismo bíblico. Dentro da imprensa, um grupo de jornalistas chegou a discutir os limites da cobertura de uma tragédia desse tipo, para evitar que malucos diversos, para alcançar alguns instantes de notoriedade, saiam matando gente por aí. Houve até quem sugerisse que tragédias como essa fossem noticiadas omitindo-se o nome do assassino, evitando a publicação de sua foto. Sabendo que não alcançaria a fama, talvez muita gente se contivesse.
É um tema que vale discutir, embora este colunista ache que sempre haverá alguém disposto, para levar vantagem, a violar o que tenha sido combinado. Mas também vale a pena discutir o tema do preconceito: no Brasil, o preconceito de etnia, de religião, de todos os tipos está ainda arraigado.
Não faz muito tempo, a torcida de um time de futebol, por considerar que um jogador era homossexual, discriminou-o fortemente, a ponto de nem mencionar seu nome. E agora mesmo um jogador de vôlei se sentiu obrigado a proclamar publicamente sua homossexualidade depois de um jogo em que o estádio inteiro gritava “bicha, bicha” sempre que ele tocava a bola. O deputado federal Jair Bolsonaro agora diz que não era o que queria dizer, mas o que disse é que um filho seu não namoraria uma negra porque tinha sido bem educado e não vivia num ambiente promíscuo. Um americano, judeu, decidiu processar o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, também judeu, por não ter eliminado imediatamente uma página que pregava a violência no Oriente Médio. O título da notícia já identifica o autor do processo não como americano, nem como ativista, nem como militante, mas como “judeu”. E, nos comentários, há coisas como “Eles que são judeus que se entendam”.
Não é chamando negro de afrodescendente que o preconceito vai desaparecer.
É difícil, no calor da cobertura, distinguir uma opinião fundada de um caso de preconceito. A história do fundamentalismo islâmico, por exemplo, se baseava exclusivamente na barba que o rapaz teria deixado crescer (e que, conforme dizem, raspou na véspera do crime) e em comentários esporádicos de que gostaria de destruir grandes alvos, como ocorreu no 11 de setembro. Seria, claro, o primeiro caso de fundamentalista islâmico apelar a Jesus, como está em sua carta de suicídio, e não a Alá. Já a história do homossexualismo tem outra origem: ele matou mais meninas do que garotos, portanto não gostava de mulheres e tinha mais consideração por homens. E gostava muito de computadores, logo... e seu melhor amigo, nos tempos de escola, era fanho... e tinha o apelido de Swing, porque mancava de uma perna... e sua mãe biológica, que ninguém ali conhecia, certamente era louca... e, com diagnóstico positivo de Aids, decidira vingar-se das humilhações que havia passado naquela escola... A história de Aids, a propósito, não se sabe de onde apareceu.
Cuidado, pois: quem tem preconceito sempre busca espalhá-lo, conscientemente ou não. E a imprensa pode se tornar o amplificador dos preconceituosos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Criança, entre livros e TV


Frei Betto
Escritor e assessor de movimentos sociais
Adital
Foi o psicanalista José Ângelo Gaiarsa, um dos mestres de meu irmão Léo, também terapeuta, que me despertou para as obras de Glenn e Janet Doman, do Instituto de Desenvolvimento Humano de Filadélfia. O casal é especialista no aprimoramento do cérebro humano.
Os bichos homem e mulher nascem com cérebros incompletos. Graças ao aleitamento, em três meses as proteínas dão acabamento a este órgão que controla os nossos mínimos movimentos e faz o nosso organismo secretar substâncias químicas que asseguram o nosso bem-estar. Ele é a base de nossa mente e dele emana a nossa consciência. Todo o nosso conhecimento, consciente e inconsciente, fica arquivado no cérebro.
Ao nascer, nossa malha cerebral é tecida por cerca de 100 bilhões de neurônios. Aos seis anos, metade desses neurônios desaparecem como folhas que, no outono, se desprendem dos galhos. Por isso, a fase entre zero e 6 anos é chamada de "idade do gênio”. Não há exagero na expressão, basta constatar que 90% de tudo que sabemos de importante à nossa condição humana foram aprendidos até os 6 anos: andar, falar, discernir relações de parentesco, distância e proporção; intuir situações de conforto ou risco, distinguir sabores etc.
Ninguém precisa insistir para que seu bebê se torne um novo Mozart que, aos 5 anos, já compunha. Mas é bom saber que a inteligência de uma pessoa pode ser ampliada desde a vida intrauterina. Alimentos que a mãe ingere ou rejeita na fase da gestação tendem a influir, mais tarde, na preferência nutricional do filho. O mais importante, contudo, é suscitar as sinapses cerebrais. E um excelente recurso chama-se leitura.
Ler para o bebê acelera seu desenvolvimento cognitivo, ainda que se tenha a sensação de perda de tempo. Mas é importante fazê-lo interagindo com a criança: deixar que manipule o livro, desenhe e colora as figuras, complete a história e responda a indagações. Uma criança familiarizada desde cedo com livros terá, sem dúvida, linguagem mais enriquecida, mais facilidade de alfabetização e melhor desempenho escolar.
A vantagem da leitura sobre a TV é que, frente ao monitor, a criança permanece inteiramente receptiva, sem condições de interagir com o filme ou o desenho animado. De certa forma, a TV "rouba” a capacidade onírica dela, como se sonhasse por ela.
A leitura suscita a participação da criança, obedece ao ritmo dela e, sobretudo, fortalece os vínculos afetivos entre o leitor adulto e a criança ouvinte. Quem de nós não guarda afetuosa recordação de avós, pais e babás que nos contavam fantásticas histórias?
Enquanto a família e a escola querem fazer da criança uma cidadã, a TV tende a domesticá-la como consumista. O Instituto Alana, de São Paulo, do qual sou conselheiro, constatou que num período de 10 horas, das 8h às 18h de 1º de outubro de 2010, foram exibidos 1.077 comerciais voltados ao público infantil; média de 60 por hora ou 1 por minuto!
Foram anunciados 390 produtos, dos quais 295 brinquedos, 30 de vestuário, 25 de alimentos e 40 de mercadorias diversas. Média de preço: R$ 160! Ora, a criança é visada pelo mercado como consumista prioritária, seja por não possuir discernimento de valor e qualidade do produto, como também por ser capaz de envolver afetivamente o adulto na aquisição do objeto cobiçado.
Há no Congresso mais de 200 projetos de lei propondo restrições e até proibições de propaganda ao público infantil. Nada avança, pois o lobby do Lobo Mau insiste em não poupar Chapeuzinho Vermelho. E quando se fala em restrição ao uso da criança em anúncios (observe como se multiplica!) logo os atingidos em seus lucros fazem coro: "Censura!”
Concordo com Gabriel Priolli: só há um caminho razoável e democrático a seguir, o da regulação legal, aprovada pelo Legislativo, fiscalizada pelo Executivo e arbitrada pelo Judiciário. E isso nada tem a ver com censura, trata-se de proteger a saúde psíquica de nossas crianças.
O mais importante, contudo, é que pais e responsáveis iniciem a regulação dentro da própria casa. De que adianta reduzir publicidade se as crianças ficam expostas a programas de adultos nocivos à sua formação?
Erotização precoce, ambição consumista, obesidade excessiva e mais tempo frente à TV e ao computador que na escola, nos estudos e em brincadeiras com amigos, são sintomas de que seu ou sua querido(a) filho(a) pode se tornar, amanhã, um amargo problema.

[Frei Betto é escritor, autor de "Maricota e o mundo das letras” (Mercuryo Jovem), entre outros livros.
Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)].

sexta-feira, 8 de abril de 2011

CORTE DE GASTOS

Aline Sales e Giselle Mourão
Do Contas Abertas



No último 22 de março, foi comemorado o Dia Mundial da Água. Com diversas campanhas sobre racionamento, o tema foi repercutido entre várias mídias no Brasil e no Mundo. Mas parece que economizar nos gastos com a água não é o principal objetivo de alguns ministérios. No primeiro trimestre deste ano foram pagos R$ 48,7milhões. O Ministério da Defesa, da Educação e da Saúde foram, respectivamente, os órgãos que mais gastaram com água e esgoto, certamente pelo tamanho das suas estruturas. A soma dos três equivale a 59% do total gasto por toda a União.
Em 2010 os órgãos dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário pagaram R$ 330,7 milhões (valores atualizados pelo IGP-DI da FGV) com água e esgoto. O Ministério da Defesa foi o órgão que mais gastou desde 2008, ficando atrás apenas em 2009, quando Ministério da Educação desembolsou valor superior. Até março deste ano, R$ 15 milhões já foram gastos. Em 2010, foram R$ 97,6 milhões, 31% do montante gasto por todos os ministérios e a Presidência.  Já o Ministério da Educação, segundo maior em gastos com essa finalidade, já desembolsou R$ 9 milhões no primeiro trimestre. O Ministério da Saúde vem logo atrás, em terceiro lugar, com R$ 4,5 milhões desembolsados.
Para o professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), Oscar Cordeiro, algumas soluções simples ajudariam a diminuir os gastos "Existem várias práticas que podem ser usadas, como o uso de equipamentos economizadores de água, manutenção e alguns concertos no encanamento, o que diminuiria de maneira significativa o desperdício da água, com resultados rápidos no ponto de vista orçamentário."
Ele ainda explica que os órgãos não fazem uso de técnicas de reaproveitamento da água e que isso contribui para a alta dos valores "Uma atitude comum de se ver nos ministérios é a irrigação dos canteiros e jardins com água limpa, sendo que existem técnicas de uso de água reaproveitavel que ajudam na economia. A hora que essas irrigações acontecem também contribui para o mau uso da água. O horário ideal para que isso seja feito é de manhã bem cedo, ou à noite, para que parte da água que está sendo utilizada não evapore antes de entrar em contato com as plantas", disse.
Cordeiro já foi diretor da Agencia Nacional de Água (ANA) e acredita que fazer um projeto interno de conscientização dos funcionários públicos, para que aprendam a utilizar a água de maneira sustentável também seria uma maneira eficaz para a redução dos gastos, porém em período mais longo. "O simples fato de existir um vazo sanitário com vazamento, e nenhum funcionário chamar a administração para concertá-lo, contribui para o aumento dos gastos” conclui.
Veja as tabelas: Gastos por órgãos e gastos totais no link abaixo:
http://contasabertas.uol.com.br/website/noticias/arquivos/483_GASTOS_AGUA_ORGAO.pdf


Fonte: http://contasabertas.uol.com.br/WebSite/Noticias/DetalheNoticias.aspx?Id=483

Iniciativa popular para a reforma do sistema politico. Texto Consulta PARTE V

III - Propostas para a democratização e fortalecimento dos partidos políticos
Entedemos como fundamental o fortalecimento dos partidos políticos. Este fortalecimento passa necessariamente pelo reconhecimento da população da importância dos partidos nos processos democráticos. Para isso os partidos precisam ser espaços de debate politico, democráticos, transparentes e representantes de segmentos da sociedade. Partido não pode ter dono e deve ter regras de convivência e respeito as diversar posições de seus filiados. Os partidos devem ser dirigidos pelo conjunto de seus filiados e não apenas pelos seus "dirigentes”, afastando os/as filiados/as da principais decisões.
Propostas:
Os partidos são de direito privado (segundo a Constituição e a atual Lei dos Partidos Políticos). Defendemos a continuidade desta condição, mas acrescentamos que os partidos são de interesse público e portanto precisam ser regidos por princípios democráticos previstos na Constituição Federal.
Defendemos que os partidos sejam dirigidos pelos seus filiados, que se manifestam diretamente ou por meio de representantes escolhidos por votação direta e secreta. Devem vigorar nos partidos os valores que norteiam toda a democracia.
A expressão "diretório” deve ser substituída por "comitê de representação”. Os filiados não elegem "dirigentes”, mas representantes do partido.
O comitê de representação pode ser dissolvido ou qualquer dos seus membros pode ser destituído pelo voto direto da maioria dos filiados, em votação convocada por petição subscrita por 10% dos membros da agremiação (recall). No caso da destituição de dirigentes, a maioria do comitê de representação também pode convocar o recall interno (dissolver todo o comitê).
Os órgãos de representação só podem ser preenchidos por meio de votação direta e secreta.
A composição dos órgãos internos será promovida segundo o critério proporcional, o que assegura a participação das minorias nos comitês de representação.
As contas partidárias devem ser publicadas de forma pormenorizada na internet a cada mês.
As movimentações financeiras dos partidos só podem ser realizadas por meio eletrônico (cartões de débito ou crédito ou transferência bancária).
Os partidos só podem ser financiados por recursos do fundo partidário e contribuições de seus/as filiados/as. As convenções partidárias definem o patamar máximo de contribuição dos/as filiados/as, sendo esta decisão tornada pública.
Previsão de cancelamento, temporário ou definitivo, do partido que desrespeitar a norma.
Intervenção: só pode ocorrer em caso de prática de ações ilícitas, má gestão ou realização de alianças fora da política definida pelo partido.
A política de alianças, no caso dos cargos majoritários, deve ser referendada por maioria simples dos filiados votantes.
Aumento do prazo de filiação para a candidatura (2 anos para a primeira filiação, mantida a possibilidade de candidatura dos já filiados). Os integrantes do Poder Judiciário, também, sejam sujeitos a essas normas.
Utilização dos critérios da Lei da Ficha Limpa na eleição dos membros dos comitês de representantes.
Infrações administrativas que impedem a participação em órgãos de representação partidária por oito anos:
a) desvio dos recursos partidários para fins diversos dos previstos em lei;
b) utilização de valores pertencentes ao partido para o financiamento de campanhas;
c) captação ilícita de sufrágio na realização de qualquer votação do partido;
d) fraude ou coação nos processos eleitorais internos, sendo irrelevante o alcance do resultado pretendido.

Destinação do tempo de propaganda partidária para ações afirmativas, pelo menos 30% do tempo de propaganda partidária gratuita na mídia seja para a promoção da participação política das mulheres, afro-descedentes, indígenas, pessoas LGBT, jovens e pessoas com deficiência. Esta ação procura promover uma nova cultura política e combater todas as formas de discriminações e preconceitos na política.
Destinação de pelo menos 30% dos recursos do fundo partidário para a formação política e ações afirmativas das instâncias de mulheres afrodescedentes, indígenas, pessoas LGBT, jovens e pessoas com deficiência (organizados/as nos partidos) para promoverem ações voltadas ao fortalecimento e ampliação da participação desses sujeitos na política.
Voto só em siglas, não em números. É mais pedagógico votar em sigla que em número. Mesmo as federações deverão ter denominações e siglas próprias. Nomes nas urnas, só os dos candidatos em eleições majoritárias, sempre tendo ao lado a sigla do partido ou federação.
Concessão de legitimidade ao Ministério Público, organizações da sociedade civil e demais partidos para questionar no Judiciário ilegalidades praticadas pelos partidos políticos.
IV - Reforma do Sistema Eleitoral e dos mecanismos de controle da representação
Todo processo democratico pressupõe mecanismos de representação e o controle sobre esta representação. O que temos hoje no Brasil é o poder absoluto da representação sobre as demais formas democráticas de participação politica. Além disso temos uma desigualdade enorme no acesso aos recursos para as disputas eleitorais e a não representação de amplos setores da sociedade nos espaços de poder oriundos da representação.
Propostas:
a) Fim das votações secretas nos legislativos.
b) Fim da Imunidade parlamentar, a não ser exclusivamente no direito de opinião e denúncia
c) Fim do foro privilegiado, exceto nos casos em que a apuração refere-se ao estrito exercício do mandato ou do cargo.
d) Implantação da Fidelidade Partidária programática

Os mandatos de cargos eletivos não são propriedade particular de cada eleita/o, mas sim da cidadania. Portanto, a vontade popular, expressa pelo voto, tem de ser respeitada e não pode ser infringida. Por essa razão, defendemos a implantação da fidelidade partidária.
Reivindicamos que a troca de partido, sem motivação programática, redunde em perda automática do mandato da/o eleita/o. Para poder disputar qualquer eleição por outro partido, deve ser exigido o prazo de quatro anos de filiação no novo partido do/a candidato/a que tenha anteriormente perdido mandato por infidelidade partidária.
Vale ressaltar que a fidelidade partidária precisa ser acompanhada de outras medidas, tais como definição programática dos partidos, financiamento público exclusivo de campanha, democratização dos partidos, para que o/a eleito/a não fique refém do grupo político que detém a máquina partidária, garantia do direito às minorias e às dissidências dentro dos partidos e também garantia de saída de um partido para criação de outro.
e) Financiamento democrático do processo eleitoral
O financiamento democrático é fundamental para combater a privatização e mercantilização da política, a corrupção eleitoral, o poder dos grupos econômicos nos processos eleitorais e favorecer a participação política de segmentos socialmente excluídos, como mulheres, afro-descendentes, indígenas, LGBT e jovens, entre tantos outros, no acesso à representação política.
Defendemos o financiamento das campanhas eleitorais exclusivamente com recursos públicos. Doações de pessoas físicas e empresas são proibidas e sujeitas à punição tanto para o partido que receber como quem doar.
f) Voto em listas partidárias transparentes com alternância de sexo
A adoção de listas partidárias preordenadas, tornado transparente para o/a eleitor/a em quem se está votando. No sistema atual, as/os eleitoras/os votam em candidatas/os e na maioria das vezes ajudando a eleger quem não se quer ou nem sabe para quem vai o voto. O atual sistema é menos transparente e favorece o personalismo e a competição interna em cada partido. A adoção da lista, na qual as/os eleitoras/os votam nos partidos e não em pessoas, é essencial para combater o personalismo, fortalecer e democratizar os partidos.
No entanto, a lista só significa avanço efetivo caso seja garantida a sua formação com alternância de sexo e observância de critérios étnico/raciais, geracionais, LGBT etc.(organizados/as nos partidos). Caso contrário, essas "minorias políticas” poderão ser incluídas ao final das listas e não conseguirão se eleger nunca, mantendo-se o mesmo perfil de eleitos que temos hoje.
Com a proposta, os/as eleitores/as não mais elegerão individualmente seus/suas candidatos/as a, mas votarão em listas previamente ordenadas pelos partidos, definidas em prévias partidárias.
Fica vetada a elaboração das listas e a escolha das candidaturas majoritárias por outro mecanismo se não o das previas partidárias. O quorum mínimo para a validade da previa é de 30% dos/as filiados/as, sob a fiscalização da Justiça Eleitoral.
A distribuição de cadeiras seria semelhante à que se processa hoje: cada partido continuaria recebendo o número de lugares que lhe corresponde pela proporção de votos que obteve. Assim, se um partido tem direito a oito cadeiras, entram os/as oito primeiros/as colocados/as da lista.
g) Partidos devidamente constituídos para lançar candidaturas:
Só podem lançar candidatos/as os partidos que tiverem os seus comitês de representação definitivos e devidamente constituídos, não podendo ser provisórios. Isso vale para comitês municipais, distrital, estaduais e federais.
h) Proibição das coligações e a criação de federações partidárias:
Proibir as coligações e possibilitar a criação de federações partidárias para substituí-las, nas eleições proporcionais e para cargos federais, distritais, estaduais e municipais.
A federação permite que os partidos com maior afinidade ideológica e programática unam-se para atuar com uniformidade em todo o país. Funciona como uma forma de agremiação partidária.
A federação deve ser formada até quatro meses antes das eleições e deve durar pelo menos três anos, período em que os partidos federados deixarão de atuar como partidos isolados e passarão a agir como se fossem um único partido.
Com a coligação, um partido pode se coligar com outro só para o momento eleitoral e desfazer a união logo em seguida. É neste ponto que reside a força dos chamados partidos de alugueis.
i) Proibição de disputar outro cargo eletivo durante vigência do mandato.
Defendemos que, assumido um mandato (no Executivo ou no Legislativo), os mandatários sejam proibidos de disputar novas eleições sem terminar os mandatos para o qual foram eleitos/as, a não ser que renuncie ao mandato. Por exemplo: um/a deputado/a eleito/a para se candidatar a prefeito terá que renunciar ao mandato de deputado. Em caso da disputa ser para o mesmo cargo, defendemos que não é necessário a renúncia.
j) Proibição de assumir cargo no executivo tendo mandato
Defendemos, também, que alguém que tenha sido eleito parlamentar não assuma cargos no Executivo no período do seu mandato, a não ser que renuncie.
l) Domicilio eleitoral
Limitação do domicílio eleitoral ao local onde a pessoa nasceu ou onde reside efetivamente. Hoje a facilidade de escolha da cidade em que se quer votar favorece as migrações de grande blocos de eleitores por motivos mercenários.
m) Proibição da contratação de cabos eleitorais
Proibição da contratação de agentes eleitorais (para carregar faixas, distribuir panfletos etc.), equiparando-a à captação ilícita de sufrágio. Nas ruas, só militância voluntária.
n) Publicação semanal das despesas de campanha eleitoral na web em sítio próprio da Justiça Eleitoral. As movimentações financeiras só podem ser efetuadas por meios eletrônicos
o) Publicação das fichas dos candidatos (majoritários e membros de listas) pela Justiça Eleitoral com as eventuais referências a pendências judiciais.
p) Para o registro das candidaturas a Justiça Eleitoral deve seguir as mesmas categorias usadas pelo IBGE no censo.
V - CONTROLE SOCIAL DO PROCESSO ELEITORAL
Legitimidade das organizações da sociedade civil para a propositura das ações e representações eleitorais, desde que preencham certos requisitos, como tempo mínimo de dois anos de fundação e autorização estatutária específica.
Conselhos da Justiça Eleitoral encarregados de promover ações de educação para a cidadania, atuar como ouvidoria, dar cumprimento ao art. 26-B, parágrafo segundo, da Lei da Ficha Limpa, que determina a formação de uma rede institucional para assegurar a apuração dos delitos eleitorais. Composto por representantes da Justiça Eleitoral, Ministério Público, instituições da área de controle oficial e sociedade civil.
Criar, com participação da sociedade civil, o Conselho Nacional de Regulamentação do Processo Eleitoral.
Criar órgão fiscalizador dos processos eleitorais composto pela Justiça Eleitoral, partidos e organizações da sociedade civil.
Criar a ação civil pública eleitoral para a apuração de lesões aos direitos difusos dos cidadãos, tais como propaganda feita de forma excessivamente ruidosa ou poluidora, autorizando-se a celebração de termos de ajustamento de conduta.
Os nomes dos pretendentes a membros dos tribunais eleitorais devem ser divulgados na internet com o currículo completo e procedimento de consulta pública.
São impedidos de participar dos tribunais eleitorais e zonas os que ocuparam cargo nos órgãos de representação partidária, foram candidatos ou exerceram cargos de confiança nos últimos oito anos, bem como os que incidem em qualquer dos critérios censurados pela Lei da Ficha Limpa ou são parentes de mandatários.
Depois de deixar o tribunal, seu ex-integrante só poderá advogar perante a mesma corte após uma quarentena de três anos.
Encaminhamentos:
Quem assinar a Iniciativa Popular tambem esta assinando o apoio a PEC que permite a revogação dos mandatos (recall) pela população.
Enviar as contribuições e criticas ao texto até o dia 25 de abril de 2011 para o email iniciativapopular@reformapolitica.org.br